Não gosto de Carnaval. As máscaras nunca me atraíram e a ousadia foliona da época também não. Só me conseguia divertir com algumas partidinhas, pregadas a vítimas incautas. Havia a clássica troca de açúcar por sal, o adiantar o relógio da sala, guardar o pão no frigorífico e a manteiga no forno. Enfim, coisas que de tão inocentes hoje mais parecem infantilidades. Mas também havia as mais elaboradas: pacotinho de açúcar com sais de frutos e rissóis de algodão. Estes eram os meus favoritos. Ficavam com um aspecto dourado e crocante que fazia crescer água na boca. Mas quando se trincavam… Escusado será dizer que a reacção envolvia cuspidelas, uma ou outra palavra mais vernácula, e por fim, muita risota.
Aqui deixo a receita dos rissóis de algodão para quem quiser recordar outros tempos.
Para a massa precisa de 1,5 dl de água, 1 dl de leite, 50 g de margarina, 300 g dr farinha, 1 casca de limão e sal. Leve a água e o leite ao lume com a casca de limão, uma pitada de sal e a margarina. Quando ferver tire do lume, retire a casca de limão e junte a farinha de uma só vez, mexendo com uma colher de pau, até a massa se despegar das paredes do tacho e formar uma bola. Coloque a massa sobre a pedra da mesa e amasse até arrefecer um pouco. Estenda a massa e use como recheio bolinhas de algodão ou até papelinhos (mas feitos por si. Com um furador e papel branco). Passam-se os rissóis por ovo batido (temperado com pimenta) e pão ralado. Fritam-se em óleo quente.