De volta às receitas da Quaresma lembrei-me da açorda de gambas. A açorda teve provavelmente origem na cozinha árabe. A sua simplicidade de ingredientes e de preparo, fazem deste prato um recurso a usar em qualquer refeição: da mais básica à mais elaborada.
No Alentejo a açorda quer-se com caldo. Já no Algarve, o pão fica todo desfeito, em papa. Essa é a minha versão favorita.
A base de qualquer açorda é o pão. Mas não um qualquer, o alentejano é o único a dar-lhe a textura e sabor que espero numa açorda que se preze.
Vmaos à receita. Com uma varinha triture uma cebola grande e dois alhos. Use a varinha, pois então! Tradição tem limite e não vale a pena chorar por tão pouco...
Leve ao lume a cebola com azeite, folha de louro e água. Depois de cozer um pouco a cebola, junte o pão e um pouco de coentros. Se não tiver substitua por hortelã ou poejos. Deixe o pão absorver o líquido e se for preciso acrescente mais água. Quando estiver quase no ponto, junte as gambas sem casca, mas com cabeça. Deixe cozer, mas não em demasia, não vão as gambas ficar duras. Rectifique os temperos (sal, pimenta). Junte um ovo, coentros picados e sirva.
Não se esqueça de um bom vinho alentejano para acompanhar.
manela
esparguetada de frango e orégãos